“Eu vivia para usar drogas e usava para viver”
Milhares de jovens no mundo inteiro são seduzidos pela “pedra maldita”, mas há como mudar essa situação. Veja como
Júnior tinha 11 anos de idade quando experimentou o cigarro pela primeira vez.
Estava sentado na calçada em frente à sua casa, em Paraisópolis, Minas Gerais , quando um motorista jogou pela janela do carro uma bituca acesa. Sem titubear, ele pegou aquela bituca e colocou na boca. A vizinha presenciou a cena e correu para contar para a mãe do menino, que bateu nele, o que só fez despertar ainda mais a curiosidade de experimentar tudo o que era proibido.
Ele cresceu vendo os pais fumando e bebendo socialmente – o que contribuía ainda mais para alimentar a curiosidade de menino. Via a turma de garotos “descolados” da escola e desejava ser como um deles. “Eu olhava e invejava um pouco aquilo. Eu queria estar ali, mas teria que ser descolado como eles.” Para completar, o bairro onde Júnior morava era um convite ao mundo da criminalidade e dos vícios. Todos esses fatores se encarregaram de colocá-lo em contato com o mundo que tanto lhe atraía.
Começou se aproximando dos filhos do vizinho traficante. Pouco tempo depois, passou a ser frequentador assíduo da casa. “Eu comecei a observar um movimento estranho lá. Era dinheiro entrando, pessoas saindo com a mão fechada, e eu queria saber o que elas tinham nas mãos.”
Em casa, Júnior fumava escondido. Ele queria poder falar para os colegas que ele também fumava.
Foi numa roda de amigos que descobriu que seu pai era usuário de maconha. Em meio a uma discussão com um deles, Júnior atacou: “Sai, ô, seu pai é traficante!” E, para a sua surpresa, ouviu como resposta: “É, mas quem compra maconha dele é o seu pai!”Ficou desconcertado, sem reação.
Um dia, fuçando as coisas do pai, achou um quadradinho de maconha enrolado num plástico. Fumou. Era tudo o que precisava para conquistar de vez as amizades que tanto queria. Agora já podia dizer: “Eu também fumo maconha.”
Sua primeira experiência com a cocaína foi numa festinha na escola, quando ainda tinha 11 anos. Sua reação foi a mais natural possível, os amigos ficaram impressionados, parecia que a droga não fazia nenhum efeito sobre ele.
Aos 14 anos, João Inácio Lopes Júnior, hoje com 24 anos, estava completamente envolvido no mundo do tráfico. Embora sentisse medo, aceitava todas as propostas, afinal, não podia decepcionar os “amigos”.
Meu pai, meu espelho
“Eu me espelhava no meu pai, e por isso passei a me envolver com o mesmo círculo de amizades dele. Foi quando ganhei o apelido de ‘Jacarezinho’. Eu me sentia o tal.”
O pai, entretanto, já não fazia parte daquele meio. Embora ainda fosse um usuário de maconha, mantinha-se afastado das más companhias.
Mas Jacarezinho, o filho, não. Tudo aquilo o fascinava.
Esse fascínio do filho pelo mundo do crime e das drogas começou a incomodar o pai de Júnior. Na tentativa de dissuadi-lo daquelas amizades, conversava, batia, deixava de castigo, cortava mesada, mas nada disso resolvia. Ele havia perdido o controle.
Para Júnior, os amigos eram tudo. A família já não tinha tanta importância, embora ainda tivesse o pai como referência.
Sem saída, o pai do garoto parou de fumar, na esperança de que o filho percebesse que ele não era mais aquele cara inconsequente da época de solteiro, em quem Júnior tanto se espelhava.
“Ele parou de se expor porque eu sempre apontava o dedo dizendo: ‘Quem é o senhor pra falar?’ E ele não aceitava. Então começou a querer provar o contrário.”
Tarde demais. Júnior já havia se tornado um dependente da cocaína. Cheirava tanto que as pessoas diziam que ele precisava blindar o nariz.
Aos 14 anos, usou o crack pela primeira vez. Até então, esnobava os usuários da pedra, os “nóias”, como gostava de chamá-los.
Vendia a droga, mas se achava esperto o suficiente para não usá-la, sabia o estrago que ela fazia na vida de quem se atrevia a experimentá-la. “Eu via as pessoas dando carro a preço de banana em troca do crack. Elas davam roupa, tênis, bujão de gás, fogão... Eu falava: ‘Não, essa droga não é para mim.’”
Mas chegou o dia em que Júnior não resistiu aos encantos da pedra.
Todos as madrugadas ele ajudava os traficantes a venderem a droga. Precisava de uma substância mais forte para mantê-lo acordado, e a pedra era a mais eficaz nesse sentido.
“Quando eu usei o crack pela primeira vez, alguma coisa falou no meu ouvido: ‘Você não consegue mais parar.’ Eu usei a noite inteira e no outro dia eu falei: ‘Nunca mais eu uso isso.’ E realmente eu fiquei dos 15 até os 18 anos sem usar.”
Porém, a resistência ao crack era por medo de perder o controle. Ele já havia experimentado a sensação de bem-estar que a pedra causava.
Numa luta desesperada consigo mesmo para resistir, Júnior se afundou de vez na cocaína e, aos 17 anos, foi internado pela primeira vez numa clínica de reabilitação para dependentes químicos no Vale do Paraíba, interior paulista.
Após 2 meses, contrariando a família, ele decidiu abandonar o tratamento. Achava que já estava recuperado. Uma semana depois, estava usando a droga de novo.
Aos 18 anos, soube que seria pai. A notícia o fez repensar a vida, amadurecer e decidir que era hora de parar. Durante toda a gestação da filha, Junior se controlou, mas no dia do seu nascimento, ele quis comemorar e, ao colocar a primeira gota de álcool na boca, o desejo pela cocaína veio à tona.
A pedra venceu
A pedra venceu. Agora o jovem vivia em função dela. Para garantir a droga, voltou a traficar. Guardava armas e drogas para os traficantes. Valia tudo para não ficar sem a maldita pedra. “Eu vivia para usar drogas e usava para viver.”
Novamente foi internado. Como da outra vez, não ficou muito tempo.
De volta à casa dos pais, Júnior conseguiu emprego numa transportadora, mas a notícia da morte do pai, vítima de um acidente de caminhão, foi o estopim para uma nova recaída. “Quando eu soube que ele havia morrido, eu queria morrer também.”
Após a morte do pai, Júnior abandonou o emprego e teve que passar por tratamento neurológico. Odiava a mãe, pois achava que ela deveria ter morrido no lugar do pai.
Sentindo-se acuado, Júnior decidiu dar um fim em tudo. Com 2 mil reais em mãos, foi até o ponto de drogas e comprou 200 pedras de crack. Objetivo: fumar uma a uma até morrer.
Foram 4 dias sem dormir e sem comer, tendo como companhia apenas as pedras. Não queria voltar para casa. Tinha medo. “Eu já tinha me submetido a vários tratamentos pagos por minha mãe e não adiantava, eu não largava. Então ela ‘lavou’ as mãos, não aguentava mais.”
Assim, Júnior permaneceu por alguns meses vagando pelas ruas.
Contudo, a mãe sabia onde o filho estava e, ao contrário do que ele imaginava, não havia desistido dele. Com a ajuda de um amigo da família, ela pagou um novo tratamento, numa clínica de reabilitação em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo.
Por 9 meses Júnior não teve nenhum contato com as drogas. Até virou monitor na clínica, dava suporte aos outros internos. Mas, volta e meia, tinha uma recaída e tornava a ser paciente.
A partir dali, Junior ia de uma clínica a outra, ora como paciente, ora como voluntário.
Até que foi convidado a ser sócio numa clínica em Carapicuíba, também na Grande São Paulo. Era diretor da clínica quando teve outra recaída. Após alguns desentendimentos com o sócio, foi embora sem saber para onde ir.
Aos 22 anos, tornou-se um morador de rua. “Eu passei a andar sozinho nas madrugadas. Rasgava os sacos pretos de lixo a procura de alguma coisa para comer. Esperava o pessoal passar de madrugada dando sopa e eu pegava. Eu chorava, chorava, mas não conseguia sair daquela vida.”
Depois de perambular por várias cidades entre São Paulo e Minas Gerias, um amigo lhe ofereceu ajuda. Seria a última vez, garantiu.
Clínica de novo.
O recomeço
Thiago havia sido preso, e na prisão conheceu o trabalho da Universal. Estava livre, fisicamente e, sobretudo, espiritualmente.
“Quando ele foi me visitar, eu vi diferença no semblante dele. Ele estava de calça jeans e camiseta, mas quando eu olhei pra ele, vi algo diferente.”
Nesse dia Junior ouviu do amigo: “Você quer mudar sua vida como eu mudei a minha? Você vai dobrar o seu joelho sem ninguém ver e vai falar tudo o que tem vontade para Deus. Se você crer, Ele vai mudar sua vida. Quando você sair daqui, pode me procurar que eu vou lhe levar num lugar muito bacana.”
“Nesse dia eu me dei conta de que o meu problema era espiritual. Quando eu fiz o que o Thiago falou, foi como se eu tivesse tomado um complexo vitamínico. Eu me senti forte, confiante. Eu tinha medo de sair da clínica e voltar a usar drogas, mas no dia em que falei com Deus, li a Bíblia, e fiz tudo que o meu amigo sugeriu, me senti confiante.”
Júnior não conseguia parar de pensar em tudo que o amigo havia lhe dito, de como a vida dele mudara e como a sua também poderia mudar. Ele precisava ir naquele lugar; tinha que ver de perto como era a nova vida de Thiago.
Sem saber direito como chegar, no dia da folga da clínica, Júnior saiu de Sorocaba em direção a São Paulo. Perguntava para um, pedia informação para outro e assim chegou à casa do amigo, no bairro de Santo Amaro, zona Sul da capital paulista.
“Quando eu cheguei, ele nem acreditou, me deu um abraço, a mãe dele também me abraçou, e eu me senti importante como havia muito tempo não me sentia. Ele passou a força dele para mim.”
Era uma terça-feira. Naquele mesmo dia Júnior foi levado pelo amigo à Universal e ficou impressionado com tudo o que ouviu na reunião. Era como se aquele homem em cima do altar conhecesse toda a vida dele.
Voltaram na quarta, na quinta, na sexta, no sábado, na reunião do Força Jovem Universal (FJU) e, por fim, no domingo.
Júnior havia combinado com o amigo que iria embora na segunda-feira, mas algo havia mudado dentro dele. Ele não queria mais ir embora. “Eu não posso sair daqui, aqui é o meu lugar, era isso que eu precisava”, dizia a si mesmo.
Percebendo a agonia do rapaz, Thiago pediu para a mãe deixá-lo morar, provisoriamente, com eles.
Assistindo às reuniões na Universal diariamente, Júnior se sentia cada vez mais forte. “Quando eu dei por mim, a vontade de fumar cigarro havia desaparecido, parecia que ela nunca havia existido, e era como se eu nunca tivesse usado drogas. O que fazia com que eu usasse, tinha ido embora.”
Uma vida transformada
Um novo ciclo na vida de Júnior começava.
“Batizei-me nas águas, tive um encontro com Deus, o batismo com o Espírito Santo e minha vida foi se transformando.” O ódio que ele sentia da mãe também acabou. “Eu vi que não era eu que a odiava , mas o mal que havia em mim. Durante muitos anos eu também não tive contato com a minha filha, não conseguia ficar perto dela. Hoje é totalmente diferente, sempre vou visitá-la – ela mora em Minas Gerais. Mudou tudo, a maneira de agir, de pensar e de falar.”
Agora só há espaço para uma Pedra na vida de Júnior, a Pedra fundamental, que é o Senhor Jesus. “Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, envergonhado.” 1 Pedro 2.6
Foi em um domingo a tarde os voluntários da UNIVERSAL, resolveram fazer uma surpresa para as famílias dos internos da Fundação CASA em uma unidade da zona Leste.
Foi montada uma tenda enfrente da unidade, dentro dela estava um delicioso café a espera de todas as famílias que retornavam da visita de seus filhos internados nesta unidade.
Esteve presente o pastor Geraldo Vilhena (Coordenador de evangelização em unidades da Fundação CASA de São Paulo) junto com o Bloco de Ajuda aos dependentes Químicos na qual antes de ser servido o café foi realizado uma palestra sobre drogas ministrada por pessoas que tiveram grandes experiencias com drogas e conseguiram a cura.
Amauri um ex-traficante e usuário diz que viveu um mundo de grande terror, quase foi morto mais hoje ele agradece a Deus e sua mãe que intercedeu com orações para a cura do vício, agora estou curado e feliz.
Um jovem ex-assaltante e usuário, também se livrou deste mal graças a intercessão de orações de seu pai.
O seu pai sendo entrevistado pelo pastor Geraldo Vilhena diz eu pensava que ele era louco, mais descobri que era uma força do mal que existia em sua vida hoje ele é feliz.
Após a palestra foi realizada uma oração com o objetivo de curar os jovens internos e famílias das drogas.
Depois o delicioso café foi servido para todos os presentes.
Roupas foram doadas para as famílias.
Para encerrar o evento foi distribuído dezenas de livros Nos Passos de Jesus do autor bispo Edir Macedo para todas as famílias presente.